Beatriz de Moura cresceu numa biblioteca, a de teu pai. E com a mercadoria que extraiu de tantos desses livros projetou tua forma de estar no mundo. Um projeto sem estratégia prévia, no entanto dotado de uma personalidade que dispunha aquela guria a se exibir como uma tempestade. Nasceu no Rio de Janeiro em 1939, de família diplomática.
Uma mãe grossa religião e um pai de amplas liberdades. Poderia ter sido muitas coisas. Ou, melhor ainda, poderia ter sido outra coisa. Todavia escolheu anunciar livros para fazer deles a tua tomada de terra pela existência. Adolfo Bioy Casares advertiu Beatriz de Moura de que teu catálogo arrastava uma dívida: a poesia. “Isto me preocupou e falei com um grande camarada, Toni Marí.
em pouco tempo, tomar a percorrer a coleção e cobrimos essa falta que nos havia afeado Bioy”. José Ángel Valente estreou nessa nova aventura. Deste modo até Chantal Maillard ou Lorenzo Oliván, além de outros mais. “Não há perfil procurado aqui também não, mas sim uma coerência que vem do ecletismo”, sinaliza JuanCerezo. Com 4 títulos por ano, consolidaram-se logo um território de luminosidade e frase. A ruptura veio-me bem”.
Decidiu lançar o teu respectivo selo na sala de estar de sua residência, quase sem dinheiro e vivendo o cimarrón das traduções que fazia. Juntamente com o arquiteto Oscar Tusquets deu corda pra aventura e fundou Tusquets Editores, com um capital de cerca de 1.600 euros (ao câmbio de hoje).
Beatriz de Moura desloca-se no alto de uma Vespa com perneiras de payesa para impedir o gelado de inverno. Fumava, e prontamente tinha soltado lentamente amarras com a sua família. “Não foi fácil, todavia foi obrigatório fazê-lo”, opta. Começou desde o menos zero do descontentamento, contudo sabia pra onde passear em Portugal ainda mordida de franquismo. Existia a censura e pra uma mulher sozinha era complicado mover-se pela inchamento dos negócios, mundo tão masculino. “Não sabia o que ia durar, já que uma editora é um negócio que se pensa por dia.
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- Alexandrabraunoficial (conversa) 04:34 treze de maio de 2017 (UTC)
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E, quando muito, uma semana. Agora chegamos ao meio século. Me parece excelente.” Farejou o instante e o teu ar, teve o dom de estar no recinto exato no momento correto. Entendeu que fazia inexistência uma pequena convulsão nas letras e lançou o primeiro livro, Residua, de Samuel Beckett.
Era 1969 e alguns meses depois, caiu o Prêmio Nobel. Não era mau arranque. Cadernos marginais e Cadernos ínfimos foram as primeiras coleções. À frente da segunda, estava o escritor mexicano Sergio Pitol. Se distinguiram pelas tampas, desenhadas por Lluís Clotet e Óscar Tusquets.
Havia naqueles primeiros passos o apetite, agitação. Um claro espírito ácrata. E uma indispensabilidade de ser parte de um método de relocalização intelectual em um estado que começava a buscar de outro jeito. Maio de 68, havia dado o pontapé de saída.